Boa noite,
Segue mais um de nossos parceiros
Getúlio Mac Cord é radialista,
pesquisador de MPB e engenheiro.
Já aos 17 anos, fez sua primeira
entrevista com Paulinho da Viola, pois este já conhecia Caetano Veloso desde a
época anterior ao Tropicalismo.
Getúlio sonhava em escrever um
livro que pudesse, de certa forma,
descobrir o Brasil em toda sua
amplitude cultural. Ele sentiu que, através da música
que ele já amava tanto, essa
resposta poderia ser dada.
E, com o instigante e amplo
movimento da Tropicália, essa resposta foi examinada.
De lá para cá muita água correu
por baixo da ponte e esse especialista em manutenção passou 30 anos pensando
este livro e colhendo depoimentos do que há de melhor no cenário cultural
brasileiro. Para ele, a Tropicália é um regurgitar de 22, numa clara referência
à Semana de Arte Moderna daquele ano e ao movimento antropofágico de Oswald de
Andrade.
Tropicália - Um Caldeirão Cultural
contém, além da pesquisa do autor,
uma coletânea de depoimentos históricos que
remete a uma reflexão sobre a época,
sem deixar de ter uma visão crítica sobre o
período ou trazer à tona curiosidades e surpresas.
Para as 40 entrevistas feitas
foram necessárias mais de 50 horas de conversas,
gravadas em mais de 50 fitas, 55
viagens, aproximadamente 4056 shows, incontáveis
recortes de jornais e revistas, em
quase 300 páginas. Ufa!... Haja trabalho!
Tudo isso “descobrindo métodos ao
trilhar o caminho", conclui Mac Cord.
Um cara bom de papo - essa
expressão poderia muito bem sintetizar a personalidade
de Mac Cord, mas ele é muito mais.
Carioca da Tijuca nasceu em 23 de março
do mesmo ano em que Jânio Quadros
renunciaria à presidência do Brasil, não
por acaso o nacionalismo de Mac
Cord está na razão direta do conteúdo de
sua obra, ou mesmo do que seu
temperamento revela e muito além do que seu
prenome imprime.
O Mac Cord é de origem escocesa e fala pouco no sangue flamenguista do autor.
Compositor, ele também é do samba,
mas quando se pergunta qual sua Escola de Samba, ele responde mineira e
poeticamente: “Nasci Mangueira, Portela também sou”.
Bem humorado! O mesmo bom humor
marca o tom que Mac Cord cuida de levar para o
interior do seu Tropicália, Um
Caldeirão Cultural, coisa que consegue
sem muito esforço, até mesmo pelo
alto astral dos depoimentos, onde desfilam
personalidades como Rogério
Duprat, Jorge Mautner, Jards Macalé, Capinan,
Guilherme Araújo, Sérgio Dias, Sérgio
Ricardo, José Ramos Tinhorão, Caetano
Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, de
quem Getúlio ganhou o prefácio onde este afirma:
“Além das revelações dos artistas
participantes e de coadjuvantes expressivos,
é bom que o tema tenha sido
tratado com clareza orteguiana, como a do autor,
pinicando o leitor com a vontade
de saber mais na próxima página”.
Agora é ler e confirmar!”
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